Letramento literário e diversidade | Livro auxilia professores a introduzir personagens queers dentro da sala de aula

Livro do autor Roberto Dias será lançado no dia 10 de junho em São Paulo e faz parte da programação que precede a semana da Parada do Orgulho LGBTQIA+

“O processo de heteronormatividade sustenta e justifica instituições e sistemas educacionais, jurídicos, de saúde e tantos outros. É à imagem e semelhança dos sujeitos heterossexuais que se constroem e se mantém esses sistemas e instituições – daí que são esses os sujeitos efetivamente qualificados para usufruir de seus serviços e para receber benefícios do Estado”.

 (Guacira Louco, Um corpo estranho, 2022)

Na educação, quando falamos de letramentos, temos que concordar com a afirmação acima.  Mas se pudéssemos alterar de forma propositiva como fazemos estas leituras e escritas dentro da sala de aula? Foi nesta orientação que foi formulada uma proposta de letramento literário com base na diversidade de corpos, desejos e sentimentos.  O suporte são livros do escritor João Silvério Trevisan que abordam experiências e corpos LGBTQIA+. Tal proposta resultou no livro “Letramento literário e diversidade” , que também propicia um arcabouço teórico-argumentativo sobre letramento social e teoria queer direcionado para estudantes do Ensino médio, bem como para professores. 

O assunto abordado no livro refere-se portanto, à forma como os textos literários são escolhidos e trabalhados para serem lidos em sala de aula por meio de romances homoafetivos/queer contemporâneos, mais especificamente usando de enfoques do Letramento Literário e da Teoria Queer. Diante das dificuldades com este tratamento específico em sala de aula, o livro propõe uma intervenção de Letramento literário Queer com o intuito de fomentar uma melhor fundamentação para as redações dos aluno(a)s do Ensino médio com vistas à realização da prova do ENEM.

Para o autor do livro a obra ganha relevância na medida que salvaguarda a representatividade de estudantes que nem sempre se veem nas leituras que fazem sobre suas narrativas de vida. “Histórias que não podem ser lidas, relidas, reescritas por conta de um sistema educacional que ainda se baseia em estruturas heteromormativas, que engessam adolescentes em corpos prémoldados. As subjetividades sexuais e de gênero são ignoradas como se existissem apenas formas inteligíveis de ser“, explica Roberto Muniz.

Lançamento do Livro:


Sobre o autor:

ROBERTO MUNIZ DIAS É Professor, romancista, dramaturgo, doutor em literatura pela UFPI e mestre em Literatura pela UNB (Universidade de Brasília). Formado em Letras Português/Inglês e Direito pela UESPI (Universidade Estadual do Piauí). Foi premiado em 2009, pela Fundação Monsenhor Chaves com menção honrosa pela obra “Adeus Aleto”. Foi premiado pela FCP (Fundação cultural do Pará) com o texto teatral As divinas mãos de Adam, como melhor texto teatral de 2015, e o Troféu em Cena 2018 pelo texto teatral A bacia de Proust. Ainda recebeu os prêmios 16º Prêmio Cidadania em Respeito à Diversidade de 2016; 3º Prêmio educando para o respeito à diversidade sexual e Prêmio beijo livre direitos humanos 2017, todos na área de Educação. Recentemente, foi premiado com o troféu Os melhores do teatro Piauiense (2019) pela peça Dorothy.

Sobre Emílio Faustino

Formado em jornalismo, atua na área há mais de 15 anos. Amante da sétima arte, no YouTube apresenta o canal EmpoderadXs onde entrevista atores, diretores e ativistas. Atuou em empresas como Rede Globo e UOL, sempre com enfoque em cultura e ativismo. É diretor executivo e fundador do site EmpoderadXs, onde promove a união de minorias sociais e realiza seu sonho de dar voz para quem precisa.