Equipe Mercedes passa a usar carro preto em defesa do respeito e da igualdade racial na Fórmula 1

A escuderia Mercedes Bens, tomou a iniciativa de trocar a tradicional cor prata do carro pela cor preta na temporada de 2020, sendo a primeira vez na história da equipe que a mesma adere a um movimento social

A nova temporada da Fórmula 1 começou no último Domingo (5), e a maior novidade da temporada foi a atual hexacampeã, a escuderia Mercedes, que entrou de vez na luta contra o racismo. A escuderia realizou mudanças drásticas no visual do carro estreando o novo layout no GP da Áustria, onde venceu o circuito sob o comando de Lewis Hamilton, 1° piloto da equipe. 

A escuderia alemã tem como tradição a coloração prata dos carros, contudo, em nota a Mercedes explicou que o novo modelo será em prol do combate ao racismo:

“Vamos competir de preto em 2020, como um compromisso público para melhorar a diversidade de nossa equipe – e uma declaração clara de que somos contra o racismo e todas as formas de discriminação.”

O líder da escuderia Toto Wolff aprovou a iniciativa da equipe em posicionar-se no combate contra o racismo. Ademais, disse que a equipe pretende recrutar talentos de todos os tipos de origem para seu quadro de funcionários:

“O racismo e a discriminação não têm lugar em nossa sociedade, esporte ou equipe: essa é uma crença central na Mercedes. Mas não basta ter as crenças e a mentalidade certas se permanecermos em silêncio. Desejamos usar nossa voz e nossa plataforma global para defender o respeito e a igualdade, e a Flecha de Prata correrá de preto durante toda a temporada 2020 para mostrar nosso compromisso com uma maior diversidade dentro de nossa equipe e esporte.”

Quem também iniciou um posicionamento mais ativo na luta contra a discriminação racial foi o próprio piloto da Mercedes, Lewis Hamilton, que depois do assassinato do americano George Floyd, cobrou dos chefes da modalidade, das equipes e de seus colegas, um posicionamento mais claro sobre o assunto.

“- É muito importante aproveitarmos esse momento e o utilizarmos para nos educar se você é um indivíduo, marca ou empresa para fazer mudanças realmente significativas quando se trata de garantir igualdade e inclusão. Pessoalmente, experimentei racismo em minha vida e vi minha família e amigos experimentando racismo, e estou falando de coração quando apelo à mudança. Gostaria de agradecer imensamente a Toto e ao Mercedes Board por dedicarem tempo para ouvir, conversar e realmente entender minhas experiências e paixões, e por fazer esta importante declaração de que estamos dispostos a mudar e melhorar. o negócio – disse Lewis.

Hamilton participou pessoalmente do movimento “Black Lives Metters” (“Vidas Negra Importam”), protestos de rua contra a discriminação pela cor da pele em Londres, na Inglaterra. Além de ter sido nomeado líder da “We Race as One” (“Nós Corremos como Um”), criada pela F1 para incluir a diversidade no esporte.

Além disso, Hamilton usou em seu capacete o logo do movimento “Black Lives Matter”, e na  semana do dia 21, o hexacampeão também rebateu palavras do  ex-chefe da F1 Bernie Ecclestone, de que “muitas vezes os negros eram mais racistas do que os brancos”:

“É tão triste e decepcionante ler comentários assim. Bernie está fora do esporte e é de outra geração, ma são comentários errados, ignorantes e sem educação que nos mostram o quanto ainda precisamos evoluir enquanto sociedade para que igualdade real possa acontecer. Agora faz todo o sentido que nada tenha sido feito para tornar o esporte mais diverso ou para lidar com o abuso racial que sofri ao longo da minha carreira.”

Sobre Thiago Mokwa

Ribeirão pretano, graduando em jornalismo, amante da música, teatro, literatura, cinema e esportes. Indagador e curioso naturalmente, amo desafios e procuro sempre o conhecimento sobre os principais problemas da humanidade. Creio que a união faz a força e juntos somos mais fortes.