10 filmes para celebrar a Consciência Negra e entender o movimento antirracista

Listamos 10 obras que contribuem para o debate antirracista e a valorização da identidade do povo preto.

O Dia Nacional da Consciência Negra, 20 de novembro, se aproxima. O termo ganhou notoriedade na década de 1970, no Brasil, em razão da luta de movimentos sociais que atuavam pela igualdade racial, pela importância da figura de Zumbi dos Palmares na resistência para a dignidade da comunidade e, ao mesmo tempo, uma referência e uma homenagem à cultura ancestral do povo de origem africana, que foi trazido à força e duramente escravizado por séculos no Brasil.

De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), os negros representam 75,2% do grupo formado pelos 10% mais pobres do país.

Diante desses dados, reconhecer que o racismo é um problema estrutural e, diante disso, adotar uma postura institucional antirracista, promover atividades formativas com foco na redução de preconceitos e estereótipos de raça e garantir representatividade de raças e etnias nos espaços coletivos de decisão são algumas das principais formas de se impugnar às práticas da desigualdade racial, sobretudo nos setores públicos.

E por conta de todas essas questões e das manifestações devido à Consciência Negra em todo o país, foi criada a I Exposição Internacional da Consciência Negra, que será realizada no pavilhão oeste do Anhembi, em São Paulo, nos dias 19 a 22 de novembro: os dois primeiros dias aberto ao público e o último dia, 22, aberto exclusivo para as escolas públicas. O evento é uma ação da política pública de São Paulo, Farol de Combate ao Racismo Estrutural, parceria das secretarias municipais de Relações Internacionais e de Educação para estimular o debate e engajar a população no combate ao racismo estrutural.

E mesmo com uma forte cena representativa da comunidade surgindo nos últimos anos, com filmes que fizeram sucesso e marcaram presença firme nas principais premiações hollywoodianas, a presença de negros nos cinemas – e no universo do entretenimento em geral – ainda é um grande obstáculo.

Pensando nisso, listamos 10 obras que contribuem para o debate e a valorização da identidade do povo preto.

Pantera Negra

O primeiro filme solo deste herói da Marvel traz um protagonismo negro nas telonas. Na história, T’Challa (Chadwick Boseman), retorna ao reino de Wakanda após a morte do pai para participar da cerimônia de coroação. O longa faz menções claras sobre a evolução tecnológica dos países africanos, além de trazer um ponto de vista crítico sobre a relação entre pessoas negras de origens distintas.

Infiltrado na Klan

Dirigido por Spike Lee, a obra trata de um policial negro do Colorado que, em 1978, conseguiu se infiltrar na Ku Klux Klan local. Ele se comunicava com a seita por telefonemas e cartas. Quando precisava estar pessoalmente, enviava um policial branco no lugar. Assim, Ron Stallworth conseguiu se tornar líder do grupo, sabotando uma série de crimes de ódio cometidos pelos racistas.

Fruitvale Station – A Última Parada

Nos Estados Unidos em 2008. Oscar Grant (Michael B. Jordan) tem 22 anos e acaba de ser demitido do emprego por chegar constantemente atrasado. Ele esconde esta notícia de Sophina (Melonie Diaz), a mãe de sua filha, por achar que pode recuperar o emprego após conversar com seu chefe. Bastante ligado à mãe (Octavia Spencer), Oscar enfrenta problemas quando resolve ir com Sophina ver as festividades de ano novo em San Francisco.

Corra!

Ovacionado pela crítica e pelo público, a obra apresenta Chris (Daniel Kaluuya) um jovem negro que está prestes a conhecer a família de sua namorada caucasiana Rose (Allison Williams). A princípio, ele acredita que o comportamento excessivamente amoroso por parte da família dela é uma tentativa de lidar com o relacionamento de Rose com um rapaz negro, mas, com o tempo, Chris percebe que a família esconde algo muito mais perturbador.

Malcolm X

Biografia do famoso líder afro-americano (Denzel Washington) que teve o pai, um pastor, assassinado pela Klu Klux Klan e sua mãe internada por insanidade. Ele foi um malandro de rua e enquanto esteve preso descobriu o islamismo. Malcolm faz sua conversão religiosa como um discípulo messiânico de Elijah Mohammed (Al Freeman Jr.). Ele se torna um fervoroso orador do movimento e se casa com Betty Shabazz (Angela Bassett). Malcolm X ora uma doutrina de ódio contra o homem branco até que, anos mais tarde, quando fez uma peregrinação à Meca abranda suas convicções. Foi nesta época que se converteu ao original islamismo e se tornou um “Sunni Muslim”, mudando o nome para El-Hajj Malik Al-Shabazz, mas o esforço de quebrar o rígido dogma da Nação Islã teve trágicos resultados.

Selma – Uma Luta Pela Igualdade

Cinebiografia do pastor protestante e ativista social Martin Luther King, Jr (David Oyelowo), que acompanha as históricas marchas realizadas por ele e manifestantes pacifistas em 1965, entre a cidade de Selma, no interior do Alabama, até a capital do estado, Montgomery, em busca de direitos eleitorais iguais para a comunidade afro-americana.

Histórias Cruzadas

Histórias Cruzadas se passa em Jackson, pequena cidade no estado do Mississipi, nos anos 60. Skeeter (Emma Stone) é uma garota da sociedade que retorna determinada a se tornar escritora. Ela começa a entrevistar as mulheres negras da cidade, que deixaram suas vidas para trabalhar na criação dos filhos da elite branca, da qual a própria Skeeter faz parte. Aibileen Clark (Viola Davis), a empregada da melhor amiga de Skeeter, é a primeira a conceder uma entrevista, o que desagrada a sociedade como um todo. Apesar das críticas, Skeeter e Aibileen continuam trabalhando juntas e, aos poucos, conseguem novas adesões.

À procura da felicidade

Um clássico, o filme conta a luta de Chris Gardner (Will Smith), um empresário com sérios problemas financeiros, que perde a esposa e passa a cuidar sozinho de seu filho, Christopher (Jaden Smith). O drama mostra as dificuldades e desafios impostos a negros de origem humilde que buscam uma oportunidade para sustentar a família.

12 anos de escravidão

Um dos mais difíceis filmes de se assistir sobre esse período, 12 Anos de Escravidão mostra a vida de Solomon Northup (Chiwetel Ejiofor), um negro liberto que vive com a família no norte dos EUA e trabalho como músico. Só que ele acaba sendo vítima de um golpe que o faz ser levado para o sul do país e como escravizado, onde passa a sofrer cenas trágicas e difíceis de digerir.

Moonlight

Concentrado na trajetória de Chiron, o filme ganhador de três Oscar em 2017, trata, entre diversas questões, sobre a busca identitária e de autoconhecimento por parte de um homem negro que sofre com bullying desde pequeno e tem proximidade com questões de vulnerabilidade social, como tráfico, pobreza e rotina violenta.

Menção especial: A série, “Olhos que condenam” e o filme novo de Wagner Moura como diretor, “Marighella”.

E para você, qual o melhor e mais impactante filme sobre o tema? Deixe no comentário sua lista ou indicação, quem sabe não produzimos uma segunda lista.

Sobre Kadu Silva

Publicitário, administrador e cinéfilo desde sempre. Fundador e redator responsável pelo site Ccine10, o cinema como você vê, desde 2009.