Você namoraria alguém com HIV?

Com os avanços da ciência e da medicina muitas coisas mudaram tornando perfeitamente possível o relacionamento entre pessoas sorodiscordantes. Porém, uma coisa permanece a mesma: o preconceito.

Essa pergunta é frequente em diversos locais da internet e da vida real. De fato, um dos momentos mais delicados e tensos do início (ou não tão início) do relacionamento de uma pessoa que vive com HIV envolve contar ao parceiro sobre sua sorologia.

E não é infrequente que essa conversa termine mal, por medo do parceiro de se contaminar ou de manter um relacionamento com uma pessoa “doente”.

Essas inseguranças, que carregavam alguma verdade décadas atrás, na atualidade são uma demonstração de ignorância acerca dos avanços da ciência no tratamento do HIV/AIDS.

Por que podemos afirmar isso com tanta convicção?
Bem, com os avanços do tratamento e do conhecimento científico, muitas coisas mudaram:

– A expectativa e qualidade de vida das pessoas vivendo com HIV é igual a da população geral.

– Os efeitos colaterais das medicações são menos comuns e mais controláveis.

– Pessoas em uso regular e bem sucedido de suas medicações, com Carga Viral Indetectável (níveis tão insignificantes do HIV na circulação que não são detectáveis pelos métodos normais) não são capazes de transmitir o vírus (Indetectável = Intransmissível).

Ou seja, em caso de pacientes que realizam adequadamente seu tratamento, você namoraria alguém que, via de regra, apresentará as mesmas capacidades físicas, qualidade de vida, expectativa de vida e que não é capaz de lhe transmitir o vírus (mesmo em relações sem preservativo). Uma pessoa completamente normal. Como você.

Sobre Leonardo Carvalho

Médico do Esporte por formação, atuando também em Dor Crônica e Reabilitação. Catarinense radicado em São Paulo. Adepto do amor livre. Profundamente liberal nos costumes.