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Comentários como: “A Gloria era tão linda, mas agora está gorda”,
“Feia assim ela nunca vai hitar”, mostram o preconceito disfarçado de piada e a importância do Setembro Amarelo.
Em pleno setembro amarelo, mês dedicado a prevenção do suicídio, os internautas não pouparam esforços na hora de tecer comentários maldosos sobre a aparência da drag Gloria Groove.
A cantora usou em um de seus últimos shows um look incrível com body de vinil e uma peruca metade branca e metade preta, bem Cruella Devil. E o resultado foi uma chuva de comentários gordofóbicos por conta da drag estar (aparentemente) acima do peso..
Os comentários abaixo foram feitos em um grupo do Facebook intitulado K-AM e revelam o que há de pior na internet:
“A Cruella depois de comer os 101 dalmatas”
“ai Gloria kkkk era tao linda agr está gorda :/ “
“a barriga de gravida de 8 meses”
“Jaburu enorme”
“Feia assim ela nunca vai hitar meu deus tadinha da fada talentosah”
“cada dia mais grotesca”
Comentários como estes não podem ser normatizados ou tratados como apenas piadas pois afetam a autoestima não só da pessoa citada, como também daqueles que se encontram acima do peso e que ao se deparararem com comentários desse tipo, deduzem que por não terem o peso ideal não podem ser consideradas bonitas ou fazerem sucesso da sua forma.
O ponteiro da balança ou o tamanho da roupa que alguém está vestindo não determina quem ela é e tão pouco o seu talento.
O bullying ou o cyberbullying é uma realidade que precisa ser combatida diariamente, pois atitudes como essa minam a autoestima das pessoas as tornando suscetíveis a depressão e mais propensas a cometerem suicídio.
Como sempre haverão aqueles que dirão: “mas e a saúde?”, “gordo é doente, gordo tem colesterol” e todo aquele blablabla que quem é gordo tá cansado de escutar.
Mas a realidade? É que estar acima do peso não é atestado médico de doença. E de fato, ninguém está preocupado com a saúde de alguém chamando ela de grotesca, jaburu, dizendo que era linda e agora está gorda.
É preciso quebrar o ciclo do ódio e do preconceito que vem disfarçado de piada. Pois não é o peso, a cor, o gênero ou orientação sexual de uma pessoa que dá aval para os outros rirem de alguém.
