Mostra Diversa chega à 3ª edição e apresenta um panorama de projetos com temática LGBTI+

Museu da Diversidade Sexual apresenta projetos que abordam orientações, expressões e identidades de gênero dissidentes

Os pedidos de espaço para expor, vindos de artistas pertencentes à comunidade LGBTI+ e oriundos de diversas partes do Brasil, levaram o Museu da Diversidade Sexual de São Paulo a organizar uma exposição coletiva e bienal, com trabalhos enviados ao Museu, que abordassem a temática da diversidade sexual. Foi assim que, em 2015, nasceu a primeira edição da Mostra Diversa.

Neste ano, a mostra chega à sua terceira edição, com abertura no dia 25 de outubro, às 17h, na no espaço expositivo do Museu. Serão apresentados trabalhos de 19 artistas, selecionados entre os mais de cem inscritos através de chamada pública. Entre os projetos escolhidos estão obras que questionam padrões de feminilidade, criticam a masculinidade tóxica do clichê do homem nordestino, retratam as diversas faces do processo de transexualidade, abordam questões como afetos, discriminação e a subjetividade de sexualidades não normativas em contextos periféricos.

“Tentamos sempre contemplar todas as questões que compõem o complexo universo LGBTI+. Olhamos para trabalhos que sejam representativos, que tenham força e diferentes origens geográficas e socioculturais. Priorizamos obras de artistas que geralmente não têm espaço para expor”, explica Franco Reinaudo, diretor do Museu da Diversidade Sexual.

Segundo a curadoria da mostra, as obras selecionadas na edição deste ano dialogam com o contexto atual e os desafios enfrentados pela comunidade LGBTI+ frente ao avanço do conservadorismo. Nesse sentido, os trabalhos refletem um esforço de resistência, empoderamento e de luta por visibilidade.

Com diferentes técnicas, que incluem fotografia, pintura, quadrinhos, intervenções, bordados, colagem, instalação e desenho, os trabalhos expõem questões próprias de sexualidades dissidentes.

De acordo com o diretor do museu, a escolha do vermelho-sangue na identidade visual da mostra não foi por acaso. O tom atende a uma dupla leitura, entre o sangue como rastro de violência e o líquido que bombeia o coração e alimenta a vida.

“O projeto expográfico aproxima duas leituras muito fortes. Quando você é LGBTI+ e se mostra como é, a reação imediata é a discriminação e muitas vezes a violência que gera sangue; quando você é ferido. Mas o Museu todo pintado de vermelho também representa um coração, um lugar de proteção, um espaço seguro para viver sua sexualidade”, descreve Franco.

Um dos principais propósitos da mostra é oferecer a artistas da comunidade LGBTI+, ou que abordam a temática em suas obras, a oportunidade de trazer a público um trabalho autoral, de testar formatos e ter liberdade artística em um cenário ainda marcado pela escassez de visibilidade para este grupo. É o que confirma o artista Marcos Rossetton, que foi um dos selecionados na Diversa 2017. “Ter estado no elenco de artistas da mostra com um trabalho validado por um museu com um recorte curatorial tão importante para o debate social e fundamental na contemporaneidade, como o Museu da Diversidade Sexual de SP, foi um divisor de águas em meu processo artístico. Só agradeço!”.

Serviço
Abertura da Mostra Diversa (3ª edição)
Data: de 25 de outubro a 11 de janeiro
Horário: 17h
Local: Museu da Diversidade Sexual (Estação República do Metrô – Piso Mezanino, loja 518. Entrada sugerida: Rua do Arouche, 24, República – São Paulo)
Visitação: de terça a domingo, das 10h às 18h. Até dia 11 de janeiro.
Entrada gratuita

Sobre Emílio Faustino

Formado em jornalismo, atua na área há mais de 15 anos. Amante da sétima arte, no YouTube apresenta o canal EmpoderadXs onde entrevista atores, diretores e ativistas. Atuou em empresas como Rede Globo e UOL, sempre com enfoque em cultura e ativismo. É diretor executivo e fundador do site EmpoderadXs, onde promove a união de minorias sociais e realiza seu sonho de dar voz para quem precisa.