26 bandeiras que celebram o Orgulho LGBTQIA+ em suas mais diversas expressões

Sempre quis achar aquela bandeira que representasse exatamente quem você é no movimento? Preparamos um guia explicando cada uma delas pra você!

Basta um passeio em qualquer parada do orgulho LGBTQIA+ para se deparar com diversas bandeiras coloridas em padrões diferentes que se mesclam e se completam, indo muito além da tradicional e tão difundida bandeira de arcoíris. Se até quem é integrante do movimento LGBTQIA+ às vezes se perde nessa imensidão que é a diversidade sexual e de gênero, imagina quem não convive diariamente com a comunidade, não é mesmo?

Então se você está procurando uma bandeira que representa exatamente quem você é no movimento ou apenas se informar mais acerca da cultura queer, desenvolvemos este guia completo pra te ajudar nessa jornada.

Qual a história da bandeira do orgulho?

Antes da tradicional bandeira de arcoíris ser criada, a comunidade LGBTQIA+ usava um triângulo rosa como símbolo – uma adaptação da insígnia que os prisioneiros gays eram forçados a usar em acampamentos nazistas. Durante a Segunda Guerra Mundial, estima-se que o exército de Hitler manteve mais de 100.000 LGBTQIA+ prisioneiros e mais de 65.000 tenham sido assassinados. O triângulo rosa ficou famoso quando passou a ser adotado pelo grupo norte americano de consciência e combate ao HIV chamado ACT UP.

A história da bandeira do orgulho teve início na década de 1970, com Harvey Milk, famoso supervisor da cidade de São Francisco (Califórnia), e seu amigo Gilbert Baker, que serviu no exército e se mudou para a cidade após sua dispensa. Lá, ele fez amizade com Milk, que o desafiou a criar um símbolo para o que era mais comumente chamado de “comunidade gay”. Baker então se uniu com sua amiga Lynn Segerblom, também conhecida como Faerie Argyle Rainbow, e juntos desenvolveram uma versão em arco-íris com oito cores, com uma faixa rosa – que seria removida posteriormente.

Embora por muito tempo tenha sido chamada de “bandeira do orgulho gay”, ela veio a representar uma comunidade muito mais ampla do que apenas homens gays. Hoje, o movimento do orgulho é muito mais inclusivo com lésbicas, bissexuais e pessoas que são trans, polis, assexuais, queer etc. O uso do termo “gay” como algo genérico para qualquer coisa que não seja conformista ao gênero imposto à sociedade é hoje um vestígio de patriarcado que desaparece rapidamente.

Com o passar do tempo, grupos da comunidade queer – em sua maioria invisibilizados e/ou aglomerados erroneamente – sentiram a necessidade de afirmar sua presença e reivindicar sua representatividade. Assim, grupos de lésbicas, bissexuais, transgêneros, ursos e até fetichistas criaram bandeiras para suas próprias comunidades que, com o tempo, tornaram-se mais difundidos e usados frequentemente como símbolos de orgulho e aceitação.

Confira as variações mais comuns da bandeira original e diversas outras bandeiras representando gêneros, sexualidades e grupos específicos dentro da comunidade LGBTQIA+:

Bandeira do Orgulho Gay de Baker

A primeira variação da bandeira do orgulho LGBTQIA+ difundida – criada por Gilbert Baker e sua amiga Lynn Segerblom. Inspirada em “Over the Rainbow”, canção famosa de Judy Garland, foram essas cores que preencheram as ruas de São Francisco na parada do orgulho em junho de 1978. Cada cor representa um aspecto da cultura queer, sendo:
Rosa =  Sexo
Vermelho = Vida
Laranja = Cura
Amarelo = Sol
Verde = Natureza
Turquesa = Magia/Arte
Azul = Serenidade
Violeta = Espírito

Bandeira do Orgulho Gay de 1978-1999

Após o assassinato de Harvey Milk, muitos encomendaram a bandeira para celebrar os feitos da comunidade LGBTQIA+. A demanda foi maior do que a quantidade de tecido disponível, então as empresas começaram a vender essa versão da bandeira, tendo em vista que era muito difícil tingir o tecido naquele tom de rosa.

Bandeira Tradicional do Orgulho LGBTQIA+

Essa é a versão mais famosa da bandeira. Em 1979, a comunidade LGBTQIA+ chegou nessa versão de 6 cores. Várias complicações na produção por ter um número ímpar fizeram com que o turquesa fosse abandonado, segundo relatos.

Bandeira do Orgulho LGBTQIA+ com Representatividade Preta

Percebendo como a comunidade preta não é representada nos movimentos LGBTQIA+ adequadamente, a cidade da Filadélfia decidiu adicionar 2 cores – o preto e o marrom – para honrar pessoas pretas que ainda são discriminadas dentro do próprio movimento LGBTQIA+. A prova? Diversos homens gays brancos ficaram revoltados com a bandeira, alegando que o arcoíris já incluía todas as cores de pele e não havia necessidade para o feito.

Bandeira Progressista do Orgulho LGBTQIA+

Essa versão é uma abordagem moderna e ainda mais inclusiva da bandeira da Filadélfia. Daniel Quasar, que se identifica como queer e não-binário, é o artista que assina esse design. O branco, rosa e azul claro representam a comunidade trans, enquanto as cores marrom e preto representam as pessoas pretas e vítimas do HIV

Bandeira do Orgulho Bissexual

Desenvolvida por Michael Page, a bandeira traz visibilidade à comunidade bissexual, mostrando a sobreposição de cores estereotipadas para meninos e meninas. A bandeira foi inspirada em um símbolo mais antigo da bissexualidade: os “biângulos”, dois triângulos sobrepostos em rosa e azul escuro.

Bandeira do Orgulho Pansexual

Criada na web em 2010, essa bandeira possui cores que representam o interesse da pansexualidade em todos os sexos como parceiros. O rosa representa as mulheres, as pessoas amarelas não-binárias e não-conformes ao gênero, e o azul é para os homens.

Bandeira do Orgulho Assexual

Assim como a bandeira pansexual, a bandeira assexual foi criada em 2010. Inspirada no logotipo da Rede de Visibilidade e Educação Assexuais, ela representa muitas identidades assexuais, incluindo graysexuais (a área fluida entre sexuais e assexuais) e demissexuais (pessoas que não experimentam relações sexuais atração a menos que tenham uma conexão emocional com seus parceiros).

Bandeira Labrys do Orgulho Lésbico

Curiosamente, este símbolo lésbico foi criado por um homem. Desenvolvida em 1999 pelo designer gráfico gay Sean Campbell, a bandeira não ganhou muita força na comunidade lésbica. Possui um labrys, uma arma tipo machado usada pelas amazonas gregas.

Bandeira Batom do Orgulho Lésbico

Se você quer uma bandeira do orgulho mais feminina, aqui está ela. Embora não seja um símbolo amplamente usado, ele celebra as mulheres definidas como “mais femininas” na comunidade lésbica, chamadas de “lipstick lesbians”.

Bandeira do Orgulho Lésbico

Uma nova bandeira lésbica com sete listras horizontais foi introduzida nas mídias sociais em 2018, com a faixa laranja escuro representando a não-conformidade de gênero, a faixa laranja representando a independência, a faixa salmão representando a comunidade, a faixa branca representando os relacionamentos únicos com a feminilidade, a faixa rosa representando serenidade e paz, a faixa lilás representando amor e sexo e a faixa violeta representando a feminilidade em si.
Há o discurso de que essa bandeira inclui mais lésbicas tidas como “masculinas” e trans, embora o debate sobre esse assunto continue até hoje.

Bandeira do Orgulho Poliamoroso

Com o símbolo do número infinito pi – que também começa com a mesma letra de “poliamor” – esta bandeira celebra a possibilidade infinita de parceiros disponíveis para pessoas poliamorosas. A letra é em cor dourada para representar o apego emocional que os poliamorosos tem, ao invés de apenas os relacionamentos carnais.

Bandeira do Orgulho Intersex

Projetada em 2013 pela organização Intersex International Australia, esta bandeira apresenta cores não atribuídas comumente a gêneros, celebrando a vida fora do binário.

Bandeira do Orgulho Trans

Monica Helms, uma mulher trans, desenhou esta bandeira em 1999, e a mesma foi apresentada pela primeira vez em uma Parada do Orgulho em Phoenix um ano depois. “O azul claro é a cor tradicional para meninos, o rosa é para meninas e o branco no meio é para aqueles em transição, aqueles que sentem que têm um gênero neutro ou não, e aqueles que são intersexuais”, disse Monica. “O padrão é feito de uma forma que, não importa para que lado ela balance, sempre estará correta. Isso simboliza a gente tentando encontrar o que é correto em nossas vidas”.

Bandeira do Orgulho do Gênero Fluido

Abrangendo as flutuações e a flexibilidade do gênero nas pessoas fluidas, a bandeira apresenta cores associadas à feminilidade, masculinidade e tudo mais. O rosa significa feminilidade. O branco representa a falta de gênero. O roxo representa a combinação de masculinidade e feminilidade. O preto simboliza todos os sexos, incluindo terceiros. O azul reflete a masculinidade.

Bandeira do Orgulho Genderqueer

Criada em 2011 por Marilyn Roxie, a bandeira genderqueer representa uma comunidade que tem aversão ou prefere não ter a identificação com os padrões de gênero de uma forma geral. O design representa a androginia com a cor lavanda, o branco para identidades agênero e pessoas não-binárias com o verde.

Bandeira do Orgulho Polissexual

A polissexualidade, ao contrário da pansexualidade, é a atração por vários gêneros, mas não todos. Meio termo entre bissexualidade e pansexualidade, ela se concentra mais em atrações de feminilidade e masculinidade do que em gênero. O rosa representa atração pelo feminino; o azul pelo masculino. O verde é uma atração por aqueles que não se enquadram nos dois sexos.

Bandeira do Orgulho Agênero

Enquanto as pessoas genderqueer se definem em algum espectro de gênero único, mesmo fugindo à regra do imposto pela sociedade, as pessoas agênero rejeitam completamente o gênero em si. Para sua bandeira, as listras em preto e branco representam a ausência de gênero, enquanto o verde representa os gêneros não binários.

Bandeira do Orgulho Arromântico

Enquanto as bandeiras do orgulho assexual usam roxo para mostrar sua falta de atração sexual, bandeiras arromânticas usam verde para celebrar as pessoas que vivem sem atração romântica.

Bandeira do Orgulho Não-Binário

Criada por Kye Rowan, de 17 anos, em 2014, essa bandeira foi uma resposta a pessoas não binárias que se sentiam indevidamente representadas pelas bandeira de gêneros específicos. Este símbolo não foi criado no intuito de substituir a criação de Roxie (bandeira genderqueer), mas como opção. O amarelo simboliza o gênero fora do espectro binário. O branco, uma mistura de todas as cores, representa aqueles com muitos ou todos os sexos. O roxo representa aqueles que se identificam no binário masculino e feminino ou fluidos entre eles. O preto é para a comunidade agênero, sem sexualidade ou cor.

Bandeira do Orgulho Bear

Craig Byrnes projetou essa bandeira em 1995 para a Irmandade Internacional dos Ursos. As cores utilizadas são para combinar com o pelo de ursos que vivem nas florestas e os tons de pele dos ursos da comunidade. A definição de “urso” ainda promove um debate acalorado entre a comunidade, mas geralmente é representada por homens gays ou bissexuais que são peludos, com barba e acima do peso, malhados ou não.

Bandeira do Orgulho BDSM, Couro & Látex

Se a comunidade fetichista deve ou não ser adicionada à sigla LGBTQIA+ é um debate acalorado e constante, mas não há como negar que a comunidade tenha vários integrantes e suas próprias bandeiras. Esta foi desenhada por Tony DeBlase para a comemoração internacional do Mr. Leather de Chicago em 1989. Este símbolo não é exclusivamente gay, mas sim para a comunidade de couro e BDSM como um geral. A bandeira original está em exibição nos Arquivos e Museu do Couro, em Chicago.

Bandeira do Orgulho Látex & Borracha

Peter Tolos e Scott Moats criaram o design em 1995 “como um meio de identificar homens afins e que curtam a paixão sensorial, sensual e mental que temos pela borracha. Segundo eles, a cor preta representa “nossa ânsia pela aparência da borracha preta brilhante”, o vermelho simboliza “a paixão em nosso sangue por homens emborrachados”, enquanto o amarelo destaca “nossa busca por brincadeiras e fantasias intensas”. Ele também apresenta uma torção – quem em inglês pode ser traduzido como kink, palavra que também tem significado relacionado ao fetiche.

Bandeira do Orgulho Puppy Play

Primeira bandeira criada em domínio público com a participação de mais de 1000 integrantes de um grupo, a bandeira dos amantes do Puppy Play/Dog Play (prática fetichista que consiste em agir feito cães) foi criada em 2011 e traz listras pretas, fazendo alusão às bandeiras anteriores de amantes de couro, látex e afins e o azul representando a masculinidade presente na matilha, liderança.

Bandeira do Orgulho Pony Play

O Pony Play é um fetiche onde as pessoas são tratadas como cavalos usando cascos, orelhas e selas e até puxando carrinhos. Carrie P criou esta bandeira em 2007; usando o preto em solidariedade com a comunidade de couro em geral.

Bandeira do Orgulho Aliado LGBTQIA+

A bandeira equivalente a “apoio pessoas LGBTQIA+, mas sem viadagem“, é uma forma de fazer com que todos se sintam incluídos nas paradas do Orgulho, mesmo que estejam apenas comemorando as sexualidades alheias.

Vale ressaltar que alguns desses movimentos não são exclusivos da comunidade LGBTQIA+, tendo participação e prática de pessoas heterossexuais – aliadas ou não – por se tratarem de práticas sexuais ou fetichistas.

Gostaram da nossa lista? Sentiram falta de alguma bandeira? Conta pra gente através dos comentários, quantas bandeiras vocês reconheceram e quais delas foram novidade para vocês!

Sobre Ethan

DJ, produtor, YouTuber, profissional de marketing, queer, gamer, antifa, ativista LGBTQ+, coreógrafo de boate e agora também redator. Apesar de sarcástico, com um senso de humor duvidoso e personalidade forte; no fundo sou daqueles que dá colo pra quem precisa e luta com garras e dentes contra qualquer tipo de desigualdade e injustiça.