Deena Love fala sobre novo álbum, composições e a cena drag em entrevista exclusiva!

Quem encontra com Pedro Novas Figueiredo fora dos palcos, não imagina que aquele rapaz de barba por fazer, camiseta e jeans é a sofisticada e impecável cantora, revelada para o Brasil na terceira temporada do The Voice, Deena Love.
Três anos depois de ser considerada a sensação do reality show, a drag está com contrato de distribuição digital com a gravadora Universal e lança nova música e clipe “Sombras” que promete ser o primeiro single de seu futuro álbum.
Nos palcos Deena é acompanhada por seu pai, o musico Mario Figueiredo que também assina a parceria de composição de Sombras. A formação artística de Deena é uma herança de sua família. Os avós eram atores e a música sempre esteve presente em sua casa.
Pedro começou a cantar com 16 anos na noite de São Paulo. Aos 21 atuar como crooner em navios de cruzeiro pela Europa. Em 2012, numa atividade recreativa do navio, nasceu Deena Love.
Conversamos com Deena Love sobre este novo trabalho:
Empoderadxs – O The Voice costuma agir como um divisor de águas. Como seguiu sua carreira após o The Voice?
Deena – O The Voice te dá muita visibilidade e respeito no meio artístico. Mas é importante que o artista saiba exatamente qual é trajetória artística que ele deseja seguir depois do programa. Quando a gente tem uma visibilidade tão gigantesca como o The Voice nos dá, tem que se tomar muito cuidado para não perder sua essência para tentar agradar a todos. O importante é usar essa vitrine maravilhosa para mostrar a sua verdade artística.
Empoderadxs – Hoje, um dos principais problemas é assumir para a família. Seu pai é musico e trabalha diretamente com vc. Como foi o seu processo de “outing”?
Deena – Foi muito tranquilo. Minha família é de artistas e sempre teve a mente aberta. Até meus avós, nascidos na década de 1930, estiveram sempre à frente do tempo. A homossexualidade nunca foi um tabu na minha casa.
Empoderadxs – Qual sua opinião sobre o atual cenário musical?
Deena – Graças a internet, não só o Brasil, mas o mundo tem a possibilidade libertadora de poder ouvir qualquer estilo musical do mundo, independentemente de língua, época ou género. Creio que a TV e o rádio, por causa da interferência direta de patrocinadores e do merchandising, ainda sobrevivem por usar fórmulas repetitivas de música, que na maioria das vezes tem mais relação com a propaganda do que propriamente com a arte. Mas graças aos meios digitais, os artistas independentes, tem mais possibilidade de mostrar um trabalho genuinamente musical.
Empoderadxs – Você acompanha os trabalhos de Pabllo Vittar e outros artistas LGBTs?
Deena – Acompanho com muita a alegria o sucesso de Pabllo Vittar, sobretudo pela visibilidade que ele traz ao mundo LGBT e outros artistas do nosso mundo. Vejo também o trabalho de outras drags como Arethuza Lovi, Gloria Groove, e de artistas LGBT em geral como Liniker, As Bahias e a Cozinha Mineira, que eu amo, e fico muito feliz em ver que o mundo está se abrindo para a diversidade, ainda que em passos lentos.
Empoderadxs – O que podemos esperar do seu álbum?
Deena – Estou compondo músicas novas misturando elementos de artistas como Amy Winehouse, Adele e claro, MPB também. Creio que as próximas músicas vão vir nessa onda.
Assista o vídeo de Sombras

Sobre Nelson Granja

Paulistano. Formado em Comunicação Social. Já fiz de tudo um pouco nesta vida e ainda tem muita novidade para aprender. Admiro todas as formas de expressão cultural, mas são as artes visuais (Cinema, Teatro, TV, Séries, Artes Plásticas e Fotografia) que me fascinam. Sou G no LGBTQ+