Super Drags | Sociedade Brasileira de Pediatria repudia e quer cancelar animação da Netflix

Em comunicado oficial emitido na ultima quinta feira (19), pediatras apontam que “utilizar a linguagem infantil para a discussão de temas adultos causa risco de exposição indevida desse segmento.”

A animação brasileira Super Drags, na qual três funcionários de lojas de departamento se transformam em super-heroínas drag queens ainda não chegou ao catálogo da Netflix mas já está gerando polêmica. De acordo com informações do site de notícias UOL, a Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) emitiu comunicado oficial, repudiando a produção e pedindo o cancelamento da mesma, alegando que o seriado – produzido para espectadores adultos – seria prejudicial para o público infantil.

“A SBP respeita a diversidade e defende a liberdade de expressão e artística no País, no entanto, alerta para os riscos de se utilizar uma linguagem iminentemente infantil para discutir tópicos próprios do mundo adulto, o que exige maior capacidade cognitiva e de elaboração por parte dos espectadores”, declarou o conselho de pediatras.

Segundo a Netflix, por sua vez, se defendeu, reiterando que Super Drags é uma animação voltada para o público adulto e que a mesma não estará disponível em seus catálogos infantis – além disso, a plataforma ainda dispõe de controle parental que pode limitar o acesso de certos conteúdos quando ativado.

Este programa é a primeira animação brasileira a entrar para o catálogo do serviço de streaming e não tem data de estreia anunciada. A série é escrita por Anderson Mahanski, Fernando Mendonça e Paulo Lescaut e produzida pela Combo Estúdio.

A Netflix informou que “oferece uma grande variedade de conteúdos para todos os gostos e preferências” e ressaltou que ‘Super Drags’ é uma série de animação para uma audiência adulta e não estará disponível na plataforma infantil.

“A seção dedicada às crianças combinada com o recurso de controlar o acesso aos nossos títulos faz com que pais confiem em nosso serviço como um espaço seguro e apropriado para os seus filhos. As crianças podem acessar apenas o nosso catálogo infantil e colocamos o controle nas mãos dos pais sobre quando e a que tipo de conteúdo seus filhos podem assistir.”

Em comunicado a plataforma informou também que, por estar ainda em produção, a série ainda não tem classificação indicativa, mas está sendo desenvolvida para uma audiência adulta e não infantil.

Para a psicóloga Carolina Godoy, formada pela Universidade Presbiteriana Mackenzie, o comunicado nem deveria existir, pois a Netflix deixa claro que se trata de uma animação para adultos.

Ela ainda explica: “Uma série para adultos pode até ser um desenho, mas duvido que tenha uma linguagem iminentemente infantil, ou seja, partem do princípio que desenho é só para crianças e nunca foi assim.”

“E a responsabilidade dos pais?” – questiona a psicóloga – “Os pais precisam acompanhar o que os filhos assistem. Netflix tem de tudo, mas tem a opção de você criar um perfil só da criança ou um perfil família (em casa temos os dois) e por mais que um conteúdo tenha faixa etária indicada a última palavra é sempre dos responsáveis. Limites quem coloca são os pais”, completa carolina.

Nos Estados Unidos a Christian Film and Television Commission, uma comissão de caráter cristão que controla o conteúdo de séries e filmes,  iniciou, no inicio de julho, uma petição on-line exigindo que a Netflix cancele Super Drag. Mais de 26.000 pessoas assinaram a petição até o momento.

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