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O motivo do banimento do livro “Drama” se deu porque na história dois garotos se beijam.
Em dezembro de 2018 a Suprema Corte do Canadá determinou que crenças religiosas, não podem sobrepor os direitos LGBT. Em ação contrária a decisão legal, religiosos radicais tiraram o livro intitulado “Drama” de circulação.
Drama, uma graphic novel de 2012 da autora e ilustradora americana Raina Telgemeier, fala sobre uma estudante que quer fazer parte de sua produção teatral do ensino médio. Em uma história paralela, dois garotos atraídos um pelo outro compartilham um beijo no palco.
O Conselho Escolar Católico de Ottawa removeu, de forma discreta, o livro sempre popular entre os estudantes de suas bibliotecas de ensino fundamental depois que pais se queixaram de seu conteúdo LGBT.
O romance figura na lista de “Melhores Escolhas dos Editores” do New York Times e recebeu o prêmio de “Livro de Honra” do Stonewall Book Award em 2013 por sua abordagem de temas LGBT.
O distribuidor de livros infantis Scholastic Canada classifica o Drama como apropriado para os leitores de 10 a 14 anos de idade.
No entanto, a obra também está entre os livros mais perseguidos em bibliotecas escolares nos Estados Unidos, de acordo com a American Library Association e foi retirado de distritos escolares inteiros no Texas.
Agora, os bibliotecários de todas as escolas primárias do Ottawa Catholic School Board receberam ordens para remover o livro, de acordo com e-mails obtidos pela CBC News.
Nos e-mails, enviados em 7 de janeiro, Robert Long, coordenador do conselho de tecnologia de aprendizagem e apoio, diz aos bibliotecários que os livros serão transferidos para as escolas de ensino fundamental e médio, onde eles atingirão alunos acima de 13 anos de idade”.
Long declarou que a decisão foi tomada no nível do conselho escolar por um “coordenador religioso” ou um superintendente.
A razão para remover o livro foi “não necessariamente para o conteúdo LGBT”, escreveu Long nos e-mails.”O problema com o livro é o conteúdo real do relacionamento”, escreveu ele.
“Não é o tipo de livro que crianças mais jovens possam ler sem prévia orientação dos pais.” concluiu.
A autora do livro reagiu às notícias através de sua conta no Twitter nesta terça-feira (15) : “Todo esse tempo pensamos que o Canadá era nosso irmão mais progressista”, escreveu Telgemeier. “Estou triste pelas crianças que precisam deste livro, mas não conseguem mais acessá-lo.”
