Festival de Agora É Que São Elas anuncia primeiras convidadas

Programação maior e com ênfase na diversidade terá debates, oficinas, mentorias, música, artes plásticas e cinema; evento será no CCSP, em 21 e 22 de setembro

Contagem regressiva para o Festival Agora É Que São Elas. A um mês do evento, a organização já anunciou alguns nomes de convidadas, entre debatedoras e artistas. A programação desta 2ª edição está maior e mais diversa, incluindo mostra de cinema, exposição de vídeos e fotografias, performances, música e uma edição especial da Feira Preta. O festival de mulheres será em 21 e 22 de setembro, no CCSP (Centro Cultural São Paulo).

O objetivo do festival, desde sua criação, é discutir a inserção feminina nas instâncias de poder. As mesas de debates deste ano, especificamente, vão enfatizar a violência de gênero na política.

“É um tema que vem ganhando corpo nas discussões no mundo todo por ser obstáculo à equidade de gênero na política”, diz a roteirista e cientista social Antonia Pellegrino, uma das organizadoras.

Debates

O legado de Mairelle Franco será um dos destaques dos debates, com a viúva da vereadora assassinada, Mônica Benício, e a cineasta Éthel Oliveira, diretora de documentário sobre seis mulheres negras que se lançaram na política após o crime.

A ativista indígena Sonia Guajajara, coordenadora da APIB (Articulação dos Povos Indígenas do Brasil), e a pesquisadora Helena Vieira, do Núcleo de Políticas de Gênero e Sexualidade da Unilab (Universidade Federal da Lusofonia Afro-Brasileira), vão abordar a violência política contra indígenas e transsexuais.

Os desafios e as soluções para elevar a representatividade na política serão o tema da mesa que reúne a ex-candidata à vice-presidência da República Manuela D’Ávila (PC do B-RS) e a advogada e assessora parlamentar Roberta Eugênio, integrante do Instituto Alziras.

Lígia Fabris, professora de Direito da FGV-RJ, e Teresa Sacchet, professora do programa de pós-graduação em Estudos Interdisciplinares em Mulheres, Gênero e Feminismos da UFBA (Universidade Federal da Bahia), traçam comparações internacionais, mudanças e efeitos no campo do sistema eleitoral.

As campanhas de candidatas mulheres serão o foco da discussão entre Dríade Aguiar, ativista negra e fundadora do Mídia Ninja, e Maíra Saruê, do Instituto Locomotiva.

A escritora e pesquisadora Debora Thomé, da UFF (Universidade Federal Fluminense), e Hildete Pereira, ex-coordenadora dos Programas de Educação e Ciência da Secretaria de Políticas Para a Mulheres da Presidência da República, vão debater o viés inconsciente de eleitores.

Artes

A exposição “Mulheres na arte brasileira: entre dois vértices” vai trazer artistas como a performer Micaela Cirino e Élle de Bernardini, que fará exposição e performance.

As intervenções começam no fim de semana do festival e vão até 22 de outubro. Aos sábados, haverá rodas de discussão com as artistas.

O festival também terá uma mostra de cinema dedicada à cineasta Barbara Hammer, morta em março. “O Corpo Não É Metáfora” trará 15 filmes, sendo doze em 16 mm, exibidos em sessões de 19 a 22 de setembro. Os ingressos serão distribuídos uma hora antes das exibições.

Uma edição especial da Feira Preta vai reunir, no fim de semana do festival, empreendedoras negras em moda, cosméticos e gastronomia, entre outras áreas.

As inscrições para os debates, oficinas e mentoria, também gratuitas, estarão disponíveis nas próximas semanas no site www.festivalagora.com.br. Todas as atualizações podem ser acompanhadas por meio do Instagram @agoraequesaoelas_ e na página do Facebook www.facebook.com/agoraequesaoelas.

O Festival Agora É Que São Elas é uma produção da D+ Projetos. Além da Secretaria Municipal de Cultura de São Paulo, o jornal Folha de S.Paulo também apoia o evento, que conta ainda com patrocínios de Uber e Nike.

Sobre Emílio Faustino

Formado em jornalismo, atua na área há mais de 15 anos. Amante da sétima arte, no YouTube apresenta o canal EmpoderadXs onde entrevista atores, diretores e ativistas. Atuou em empresas como Rede Globo e UOL, sempre com enfoque em cultura e ativismo. É diretor executivo e fundador do site EmpoderadXs, onde promove a união de minorias sociais e realiza seu sonho de dar voz para quem precisa.