Bruno Glagiasso e Giovanna Ewbank encabeçam boicote a youtuber acusado de racismo

O casal Bruno Gagliasso e Giovanna Ewbank começaram uma campanha virtual nas redes sociais pedindo boicote ao youtuber Júlio Cocielo.

O casal de atores se posicionou contra o digital influencer, que conta com mais de 11 milhões de seguidores no Instagram e com quase 17 milhões de inscritos no YouTube.

Para quem esta por fora do close errado, Júlio Cocielo fez comentários racistas, no último sábado, durante o jogo entre França e Argentina pela Copa do Mundo, em seu Twitter. “Mbappé conseguiria fazer uns arrastão top na praia hein [sic]”, publicou ele  se referindo sobre o jogador do time francês, Kylian Mbappé. Depois disso, internautas resgataram tuítes antigos nos quais o youtuber fazia mais comentários racistas, incluindo um que até sugeria “exterminar os negros”. Após a enxurrada de críticas, ele publicou uma nota se desculpando, justificou suas publicações e excluiu os tuítes antigos.

“Você tem noção do que são 11 milhões e 200 mil pessoas? Eu ajudo. É a população inteira da Bélgica. É um milhão a mais do que a população de Portugal. São 143 Maracanãs lotados. São todas as pessoas que ainda estão apoiando diretamente um influencer assumidamente racista”, escreveu Bruno.

“Temos que cobrar posicionamento das marcas que o patrocinam, é claro. Mas são os outros famosos que ainda o seguem e, principalmente, as pessoas comuns, anônimas, que verdadeiramente me preocupam. Apoiar uma pessoa racista é ser conivente, sim”, completou.

O ator ainda pediu para que marcas – que já se posicionaram sobre o caso -, celebridades e pessoas comuns parem de apoiar, seguir e curtir as publicações do youtuber. “Num mundo digital em que seguidor significa dinheiro e carreira, a gente precisa entender a importância do boicote. (…) As marcas só chegam até essas pessoas porque elas têm audiência, visibilidade, constroem um público que interessa para as empresas atingir. A responsabilidade é de todos. Precisamos, é claro, cobrar as marcas, mas também precisamos chamar atenção dos outros famosos que seguem/dão like/fazem parceria com essas pessoas racistas, machistas, LGBTfóbicas e gordofóbicas. É obrigação de todos nós constranger e vigiar nosso círculo social. Educação antirracista não é somente pra criança, racismo não tem idade. A hora de aprender e ensinar é agora”, completou.

Foto: reprodução / Twitter

Giovanna, por sua vez, alertou para o fato do youtuber achar o que ele fez foi uma piada.

“Segunda do dia!!! Odeio ter que postar coisas tão repugnantes e tristes como essa… Mas é necessário!!! Ainda fico chocada como podem existir pensamentos como desse tipo de pessoa… Isso não é uma brincadeira e nunca foi!!! Isso é racismo!”.

Foto: Reprodução /Twitter

 

Empresas se posicionaram contra o youtuber

Em nota enviada ao E+, a Adidas comunicou que, por repudiar “todo e qualquer tipo de discriminação, decidiu suspender a parceria com o youtuber Júlio Cocielo”.

Já o banco Itaú disse que o youtuber “não faz mais parte” de qualquer ação publicitária e que a empresa “repudia toda e qualquer forma de discriminação e preconceito”, e espera que “o respeito à diversidade sempre prevaleça”.

A Coca-Cola, que já realizou algumas ações publicitárias pontuais com o youtuber, declarou que não tem mais qualquer ligação com o youtuber e que “não tem planos para futuras parcerias”, ressaltando que repudiam “qualquer forma de racismo, machismo, misoginia e homofobia” e que “o respeito à diversidade é um dos principais valores da companhia”.

O McDonald’s, que também já realizou ações com o youtuber, disse apenas que “não tem nenhuma relação comercial com ele”. No Twitter, o Submarino disse que “repudia veementemente qualquer manifestação racista e tomará as providências necessárias”, e retirou a campanha em que Cocielo aparecia do ar.

O jornalista Tony Goes, da Folha de São Paulo, em sua coluna de hoje , chamou a atenção para o cuidado que as agencias de publicidade tem que ter quando promovem a associação de marcas com os influenciadores digitais : “A publicidade ainda não se deu conta de que os tempos mudaram. As sensibilidades estão mais aguçadas, para o bem e para o mal. O que era engraçado uma década atrás, agora é pecado mortal. E não são só os consumidores que estão respondendo na lata: são os cidadãos.

O caso Júlio Cocielo vai servir de parâmetro e divisor de águas. Os anunciantes ficarão mais cautelosos – e, tomara, os influenciadores também.”

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