Bolsonaro quer apagar conteúdo LGBT e feminista das escolas

O site britânico PinkNews, voltado a comunidade LGBT no Reino Unido e no mundo reuniu em uma matéria publicada ontem (10), os movimentos de Bolsonaro contra a comunidade LGBT no Brasil.

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A matéria destaca principalmente as ações do governo com foco em remover quaisquer referências a pessoas LGBT + de livros escolares e exames nacionais de avaliação.

Bolsonaro e seu governo revelaram planos de apagar todas as menções à homossexualidade, feminismo e violência contra as mulheres dos textos, e devem permitir que os militares assumam algumas escolas públicas, de acordo com a Associated Press.

O demagogo de direita expressou seu desejo de acabar com o legado do educador e filósofo brasileiro Paulo Freire durante sua campanha, prometendo “entrar no Ministério da Educação com um lança-chamas para remover Paulo Freire”.

Na véspera de sua posse em 1º de janeiro, Bolsonaro re-enfatizou sua posição, twittou: “Um dos objetivos de tirar o Brasil das piores posições nos rankings mundiais de educação é combater o desperdício marxista que se espalhou nas instituições educacionais.

“Juntamente com o Ministro da Educação e outros envolvidos, vamos evoluir para a criação de cidadãos e não mais militantes políticos”.

Ele também afirmou em um vídeo do YouTube que ele iria erradicar questões sobre gênero ou movimentos LGBT + do exame nacional do ensino médio do Brasil.

Depois de ler uma pergunta do Exame Nacional do Ensino Médio (ENEM) do ano passado sobre o dialeto indígena Pajuba, comumente usado pela comunidade LGBT + brasileira, Bolsonaro disse: “Não se preocupe, não haverá mais perguntas como essa.”

O ministro da Educação, Ricardo Velez Rodriguez, também declarou seus objetivos anti-LGBT, dizendo durante seu discurso de posse que queria acabar com a “promoção agressiva da ideologia de gênero”.

Jair Bolsonaro ganhou a presidência depois de fazer várias declarações anti-LGBT em discursos e vídeos na internet.

O político nacionalista tomou posse no dia 1º de janeiro e como primeiro ato excluiu a pauta LGBT da Secretaria de Direitos Humanos.

Bolsonaro, que se descreveu como “homofóbico e com muito orgulhoso disso”, chegou ao poder depois de uma onda de apoio ao estilo Trump, apesar de seus ataques extremos e frequentes contra pessoas LGBT +.

O político disse em entrevista a revista Playboy em 2011 que preferiria que seu filho morresse a ser gay, dizendo: “Eu seria incapaz de amar um filho gay. Eu prefiro que ele morra em um acidente.

Enquanto fazia campanha pela presidência no ano passado, Bolsonaro disse à edição online da revista Time que defendia sua alegação de que ele distribuiria socos em pessoas gays se os visse se beijando em público.

O candidato disse: “Eu não beijo minha esposa na rua. Por que enfrentar a sociedade? Por que levar isso para a escola? Filhinhos de 6 ou 7 anos, vendo dois homens se beijarem como o governo do PT queria que eles fizessem. Isso é democracia?

Ele então equiparou a homossexualidade à pedofilia, fazendo um link que é historicamente popular entre os homofóbicos e experimentou um ressurgimento ao longo do ano passado, graças aos trolls de direita.

O político, que serviu como capitão do exército sob a brutal ditadura de 21 anos do Brasil, disse: “Então, vamos respeitar o direito do pedófilo de fazer sexo com uma criança de dois anos de idade? Isso uniria [o Brasil]? ”

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