Farol Santander inaugura exposição ETNOS – Faces da Diversidade

Mostra reúne 153 máscaras que retratam as diferenças e pontos em comum da cultura pop, folclores e costumes culturais de 42 países

O Farol Santander inaugura exposição ETNOS – Faces da Diversidade, uma coleção que retrata a diversidade cultural por meio de máscaras usadas nos mais diferentes contextos: da ópera chinesa de Sichuan aos eventos de cosplay e festas de Halloween nos Estados Unidos, passando pelo medieval teatro Nô japonês, ritos de povos indígenas latino-americanos ou de aborígenes de Papua Nova Guiné, cerimônias de iniciação de povos africanos, carnavais europeus e festivais de ano-novo no Extremo Oriente.

Misturando tradição e transgressão num conjunto de máscaras ainda em uso na contemporaneidade, a exposição tem itens que marcaram gerações na cultura pop, com personagens ícones do cinema e da música, entre eles Darth Vader, Batman, Homem de Ferro, Salvador Dalí (La Casa de Papel), Anonymous, Daft Punk, Jason (Sexta-feira 13) e Hannibal Lecter. Um dos destaques é a máscara de Medusa confeccionada pelo artista James Merry para a cantora Björk, que confere ares pós-modernos para um dos mitos mais antigos da cultura ocidental.

Instalada nos andares 22 e 23 do Farol Santander, a exposição fica aberta ao público até 5 de janeiro de 2020. Exibidos face a face com o visitante, os artigos serão explorados não somente em suas formas originais, mas também projetadas em movimento. Todas as máscaras terão um verbete ao lado, com informações sobre os ritos, os mitos e a simbologia envolvidos em cada representação.

As máscaras contemplam cinco continentes, representando 42 países, entre eles Brasil, EUA, França, Itália, Indonésia, Angola, Bolívia, Guatemala, Sibéria, Zâmbia, Tailândia, Espanha, Colômbia, China, Japão e México. Para montar a exposição, a curadoria contou com a cessão temporária de máscaras de mais de 20 coleções e museus do mundo, como o Museu do Oriente (Portugal), Memorial da América Latina e Museu do Índio.

“As máscaras falam uma linguagem universal, que não depende de idiomas, e a exposição nos convida a refletir sobre essa comunicação não verbal, que se expressa por símbolos”, afirmaPatricia Audi, vice-presidente executiva de Comunicação, Marketing, Relações Institucionais e Sustentabilidade do Santander. “A mostra traz uma sensação de mistério e encantamento que desconstrói convicções e concepções prévias, nos estimulando a formular perguntas para as quais cabem diferentes respostas.”

Tendo como inspiração a obra O Herói de Mil Faces, do mitólogo americano Joseph Campbell, a exposição transforma máscaras em objetos de contemplação e propõe reconhecer a diversidade cultural das mais variadas etnias, ao mesmo tempo em que identifica, nestas diferenças, algo em comum na essência humana. Em praticamente todos os grupos étnicos, independentemente de épocas ou tradições, é conhecido o uso de artefatos faciais: máscaras, adornos ou pinturas, que remetem a estados como poder, transgressão, anonimato, sexualidade, sabedoria, guerra, humor, entre outros. A máscara carrega o símbolo do que as pessoas são, e o que se quer incorporar ao vesti-la, como o nariz de palhaço e a netsuke japonesa.

“As máscaras mostraram um caminho para reconhecer a necessidade humana de experimentar outro estado de consciência e de espírito, de exercer um poder validado por seu grupo. São um artifício que toda a humanidade encontrou, não importa a sua origem no planeta ou realidade cotidiana”, comenta Marcello Dantas, curador da mostra. “Se, por um lado, elas permitem incorporar códigos reconhecidos pela sua cultura de origem, quanto mais nos tornamos diversos e miscigenados mais aprendemos a reagir a esses códigos. Essa reação nos certifica de que a diversidade se interiorizou em nós. ETNOS quer mostrar conexões que permitem entendermos a nós mesmos dentro dessa nova paisagem em que a diversidade nos une mais do que a identidade. Em que o que não conhecemos nos empodera mais do que aquilo que nos é familiar.”

Entre os destaques da exposição estão as máscaras relacionadas ao cinema, passando por obras políticas até os clássicos do terror. Na área infantil, uma coleção específica de 12 máscaras será separada e colocada para as crianças usarem nas visitas à mostra.

Outro espaço aborda artistas contemporâneos que produziram máscaras, entre os quais o brasileiro Stephan Doitschinoff, o português Miguel Moreira e Silva, o camaronês Pascale Marthine Tayou e a inglesa Damselfrau. No ambiente dedicado a interatividade, os visitantes podem tirar fotos e aplicar sobre si o filtro MSQRD, com diversas opções de máscaras para selfies disponíveis.

Uma instalação em formato de arco permite que o visitante se veja usando 14 máscaras diferentes ao mesmo tempo, usando um jogo de espelhos. Uma coleção de máscaras também foi selecionada para adaptação e leitura de deficientes visuais. A mostra é apresentada pelo Ministério da Cidadania, com patrocínio do Santander e produção da Magnetoscópio.

Serviço
Quando: 08/10/2019 a 05/01/2020
Onde: Rua João Brícola, 24 – Centro (estação São Bento – linha 1, azul do metrô)
Entrada acessível: Rua João Brícola, 32
Site Farol Santander: farolsantander.com.br
Funcionamento: terça a domingo
Horários: 09h às 20h (terça a domingo)
Ingressos: R$ 25,00 (visitação completa ao Farol Santander)
site e bilheteria física no local

Sobre Emílio Faustino

Formado em jornalismo, atua na área há mais de 15 anos. Amante da sétima arte, no YouTube apresenta o canal EmpoderadXs onde entrevista atores, diretores e ativistas. Atuou em empresas como Rede Globo e UOL, sempre com enfoque em cultura e ativismo. É diretor executivo e fundador do site EmpoderadXs, onde promove a união de minorias sociais e realiza seu sonho de dar voz para quem precisa.