Os Originais| Brasileiros são destaque em websérie da Netflix que protagoniza a diversidade

Série de mini documentários, criada exclusivamente para as redes sociais, mostra histórias de uma negra, uma drag e um grupo de autistas, seus trabalhos e superações que transformam a realidade social.

A proposta de inspirar o público com histórias reais deu origem à websérie Os Originais, da Netflix.“originais são todos aqueles que quebram estereótipos, escrevem suas próprias histórias, autênticas e inspiradoras“, afirma o canal de streaming em nota.

A produção criada pela agência AKQA, especializada em produtos digitais e parceira da Netflix em inúmeros virais, foi feita exclusivamente paras as redes sociais da plataforma do canal de streaming. Os 3 primeiros episódios já podem ser vistos tanto no Facebook quanto no YouTube do canal.

Monique Evelle
Foto: Netflix/Reprodução

No primeiro episódio é apresentada a história de Monique Evelle, de 24 anos, considerada uma das principais vozes do feminismo negro. O documentário mostra que sem referências negras na infância, a jovem foi incentivada a ler e com dez anos de idade já ensinava outras crianças a ler também.

Empreendedora e ativista, Monique criou a Ong Desabafo Social, em 2011, para ajudar moradores de uma comunidade em Salvador a tirar seus sonhos do papel. “Acho que meu trabalho é fazer pontes entre o que a periferia tem a dizer e o que as pessoas que tomam decisões precisam ouvir”, afirma no documentário. “Meu trabalho é ouvir e dar voz às pessoas que não puderam se expressar como eu pude.”

Ela diz que tudo o que faz atualmente é para não existir no futuro, uma vez que a luta dela é pelo fim do racismo e do machismo na sociedade. No fim do episódio, é possível conhecer outros grandes exemplos de personalidades negras, todas com documentários em cartaz na Netflix.

Confira o episódio de Monique Evelle:

O segundo episódio, traz a história da drag queen Chandelly Kidman personagem de Dackson Mikael, jovem de Teresina, no Piauí, que desde de 2015 faz trabalho social alegrando crianças com câncer no Hospital São Marcos. “Eu não sei de onde veio tanta força para querer ser bicha aqui no nordeste”, diz Dackson no documentário.

O vídeo exibe, através de frases disseminadas pela sociedade, a homofobia sofrida por Dackson desde a infância quando o menino é estimulado ‘a ser homem’. Sua personagem drag afirma ter uma super poder ao realizar sua performance. “Me ajuda a vencer o preconceito, me ajuda a me expressar, levar alegria para as pessoas. Para mim, é pura arte, e muito de autoafirmação.”

Chandelly Kidman
Foto: Netflix/Reprodução

Movido por esta responsabilidade social, Chandelly Kidman ocupa um espaço que, geralmente, as pessoas não imaginam que uma drag queen pode estar. Para ela, essa transformação “foi muito importante, para entender que eu precisava me amar desde muito cedo. Não existe outra coisa que me move a não ser o amor, foi o maior poder que foi direcionado a mim: poder me amar e amar outras pessoas”, declarou a drag.

Confira o episódio de Chandelly Kidman :

O terceiro episódio da série, lançado no início de fevereiro, conta a historia da banda de rock Timeout, formada por sete jovens com espectro de autismo, que interpretam músicas autorais e clássicos do rock: Pink Floyd, Legião Urbana, Oasis, Mamonas Assassinas, AC/DC, Capital Inicial.

Timeout
Foto: Netflix/Reprodução

A banda foi criada em setembro de 2017, dentro do Instituto Ninar. O psicólogo Paolo Rietveld é voluntário da entidade que oferece atendimento para pessoas com autismo. Ele percebeu que os meninos tinham habilidades musicais e foi assim que nasceu a Timeout.

O nome significa um “tempo fora” de todos os termos e técnicas da terapia tradicional. Aquele momento em que os meninos se preocupam apenas em se divertir. Desde que começaram a rolar os ensaios e as apresentações houve mudanças no comportamento dos garotos e de seus pais” afirma o psicólogo e o idealizador da Timeout.

Assista o episódio da banda Timeout :

A agência AKQA, criadora do projeto em parceria com a Netflix Brasil, tem experiência quando o assunto é representatividade. Os executivos que comandam o escritório brasileiro, o português Hugo Veiga e o brasileiro Diego Machado, criaram o case “Retratos da Real Beleza”, da Ogilvy para Dove, peça publicitária mais assistida da história do YouTube e grande vencedora de Cannes.

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