Trump afirma que irá acabar com o HIV nos EUA até 2030

Donald Trump anunciou em seu discurso anual ao Congresso sua intenção de acabar com a epidemia de HIV/Aids nos Estados Unidos.

As associações e especialistas saudaram a iniciativa do presidente norte-americano, mesmo se o chefe da Casa Branca, que no passado já ameaçou cortar os investimentos na prevenção da doença, não deu detalhes sobre as medidas concretas que pretende implementar.

“Controlar o HIV em uma década é uma tarefa gigantesca, mas nós aplaudimos a vontade demonstrada por Trump”, declarou Michael Weinstein, presidente da AIDS Healthcare Foundation, organização de prevenção que administra 64 centros médicos nos Estados Unidos.

Mas, sem um orçamento significativo, esta proposta será nada mais do que “uma promessa falsa e cruel”, destaca David Holtgrave, reitor da Faculdade de Saúde Pública da Universidade de Albany. Isso porque, mesmo se o anúncio foi aplaudido, Trump não explicou durante seu discurso que tipo de investimento pretende fazer para cumprir o compromisso.

A política de prevenção nem sempre foi uma prioridade para a administração Trump. Em 2017, o chefe da Casa Branca ameaçou reduzir em mais de US$ 1 bilhão a contribuição dos Estados Unidos na luta mundial contra a epidemia. Na época, a hipótese foi criticada pelas associações. Já em 2018, Trump demitiu 16 membros do Conselho Consultivo Presidencial sobre HIV/Aids, que contestavam a falta de investimento de Washington na prevenção.

Com uma linguagem emotiva, Trump se envolveu em um tema que divide a política norte-americana há tempos, apesar de o procedimento ter sido legalizado por um veredicto da Suprema Corte mais de 40 anos atrás.

“Para defender a dignidade de todas as pessoas, estou pedindo ao Congresso para aprovar uma legislação para proibir o aborto no final da gestação de crianças que podem sentir dor no útero da mãe”, disse Trump.

“Vamos trabalhar juntos para criar uma cultura que preza vidas inocentes. Vamos reafirmar uma verdade fundamental: todas as crianças — nascidas e não nascidas — são feitas à imagem sagrada de Deus”.

Acesso difícil ao sistema de saúde

Segundo as organizações, a melhor maneira de lutar contra a epidemia é reforçando a prevenção nas comunidades mais afetadas, que abrangem homossexuais, minorias étnicas e, em menor medida, usuários de drogas (6% das infecções pelo HIV).

Uma das medidas é evitar que pessoas HIV positivas contaminem seus parceiros, o que já é possível graças aos tratamentos anti-HIV, que impedem a transmissão do vírus.

No entanto, para conseguir isso, as pessoas soropositivas devem ter acesso a estes tratamentos, algo complexo nos Estados Unidos, onde os mais pobres sequer têm acesso aos serviços médicos de base.

De acordo com a associações, as autoridades também devem promover a profilaxia pré-exposição (PrEP), um tratamento preventivo vendido com receita médica e reembolsado. Este comprimido, usado atualmente principalmente por homossexuais, é considerado quase 100% eficaz contra o risco de infecção.

No entanto, segundo o site prepwatch.org, seis anos depois de sua autorização nos Estados Unidos, apenas 220.000 pessoas o utilizaram até agosto de 2018, um número considerado muito baixo pelas associações.

Em 2017, 38.000 pessoas foram contaminadas nos Estados Unidos pelo vírus da imunodeficiência humana (HIV), que causa a Aids. Apenas metade delas tem o vírus sob controle.

Fonte : G1

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