Os policiais Mike Lowery (Will Smith) e Marcus Burnett (Martin Lawrence) estão de volta as telonas do cinema depois de 17 anos. Neste terceiro capitulo da história eles se juntam para derrubar o líder de um cartel de drogas em Miami. A recém-criada equipe de elite do departamento de polícia, ao lado de Mike e Marcus, enfrenta o implacável Armando Armas.
Com um Will Smith em forma e um Martin Lawernce fora de forma, a solução encontrada pelos roteiristas foi inventar uma desculpa esfarrapada para fazer com que o personagem de Lawernce ficasse de fora da maior parte das cenas de ação e limitado a alívio cômico da história.
De cara o filme apresenta o seu novo vilão: um mexicano cruel que executa um plano de vingança orquestrado por sua mãe, também conhecida como “A bruxa”. Dessa forma, o filme reforça alguns esteriótipos negativos dos latinos e estabelece ainda que inconscientemente um duelo entre México e EUA, e cristianismo versus religião pagã. Um desserviço enorme haja vista o contexto político que os mexicanos vivem hoje no governo Trump.
Como se não bastasse a vilanização dos mexicanos, o filme ainda contempla cenas de abuso de autoridade, que é executada por parte dos “mocinhos da história” e em determinado momento o filme transborda machismo ao estabelecer uma rivalidade desnecessária entre mulheres que irão lutar pelo mesmo homem.
A impressão que dá, é que ao invés de se atualizar, uma vez que se passaram 17 anos na história, o filme continua se passando na década de 90 no que se refere a comportamentos que outrora não eram questionados e hoje causam alguma estranheza quando vemos nas telas.
É fato que quem vai assistir a sequência do filme não esta querendo pensar sobre os mexicanos que estão presos em situação desumana ou se criar rivalidade entre mulheres é ou não é correto em pleno 2020, eles querem apenas se divertir e neste ponto o filme entrega o que esta sendo proposto. Uma comédia rasa e improvisada feita as pressas para aproveitar a onda de saudozismo que assola o mundo.
Embora o filme tropece em vários pontos do empoderamento, ainda sim, são dois negros como protagonistas que graças ao seus talentos e carisma arrastam uma verdadeira multidão aos cinemas. Destaque positivo para as piadas que ironizam o racismo dos EUA.
Bad Boys 3 é uma comédia para desligar o cérebro e se divertir. Não que as piadas tenham funcionado para mim, crítico que vos escreve, mas certamente agradará o público que cresceu assistindo a franquia.
Bad Boys – Para Sempre estreia dia 30 de janeiro, confira o trailer: