Livro que propõe nova psicologia do gênero é lançado pela Editora Blucher

“A Psicologia do gênero” aproveita conhecimentos de áreas como geografia social e neurociência cognitiva para confrontar o senso comum e questionar estereótipos

A Editora Blucher acaba de lançar a versão em português do livro A psicologia do gênero , de Gary W. Wood. A obra faz parte da coleção A psicologia das coisas, que apresenta ao leitor conhecimentos cientificamente consolidados em linguagem clara e acessível.

Publicado originalmente em inglês (Routledge, 2018), A psicologia do gênero confronta o senso comum de que masculino e feminino são os únicos gêneros possíveis, além de questionar a determinação do gênero pela anatomia. Gary W. Wood, psicólogo social e pesquisador na área, aproveita conhecimentos de áreas como geografia social e neurociência cognitiva para explicar como o gênero é socialmente construído e cotidianamente reforçado.

Para a psicóloga e tradutora da obra, Sonia Augusto, o livro explicita os impactos da visão tradicional de gênero em esferas diversas da vida cotidiana, como a desigualdade de poder e o desenvolvimento de tecnologias: “Cortana, Alexa, Siri – por que a inteligência artificial é sempre feminina? A hipótese é de que mulheres são mais solícitas, mas o que a pesquisa diz sobre isso?”.

Estereótipos de gênero são constantemente reforçados por mecanismos psicológicos diversos, presentes também na cultura pop. Homens são de Marte, mulheres são de Vênus; homens são fortes, mulheres são solícitas. Mas a visão da psicologia acerca de diferenças tão cristalizadas não se confirma: “É como se, no núcleo, tivesse uma multiplicidade de gênero tão grande quanto temos de pessoas”, afirma Sonia.

Por uma nova psicologia de gênero – Após abordar o histórico e panorama atual das discussões acerca de gênero, Gary W. Wood propõe uma nova psicologia da área, menos prescritiva e mais descritiva, que considere a complexidade da experiência humana para além da realidade vista por um filtro binário.

Para o autor, é preciso encontrar novas narrativas para atribuir sentido à realidade. Wood analisa histórias diversas, como contos de fada e ficção científica, e visita tentativas de reimaginar o gênero para além da perspectiva ocidental binária, tão presente na psicologia popular.

O desafio de uma psicologia descritiva se equipara ao das psicologias feminista e LGBTQI+: é necessário superar vieses pessoais, sociais e psicológicos, reavaliando qualidades e traços humanos em termos não vinculados ao gênero e que considerem outras formas de existência.

A própria tradução do livro foi feita almejando maior diversidade de gênero. Na língua portuguesa, pronomes são necessariamente masculinos ou femininos, com o masculino adotado como padrão. Como pronomes neutros não são formalmente utilizados no Brasil, Sonia buscou alternativas junto à editora Blucher. “A saída que encontramos foi equilibrar palavras masculinas e femininas, mantendo a naturalidade do texto original.”

A versão em português (128 págs.) foi traduzida por Sonia Augusto e revisada pela empresa M antes de P e B (MPMB). A revisão final foi feita pela equipe editorial da editora Blucher.

Sobre o autor – Gary W. Wood é psicólogo social, life coach e professor britânico. Além de A Psicologia do Gênero, publicou livros como Letters to a New StudentSex, Lies and Stereotypes e Don’t Wait for Your Ship to Come In, traduzido para francês, coreano e línguas diversas. Gary tem como objetivo transformar conhecimentos da psicologia baseada em evidências e do coaching em soluções para indivíduos e organizações. Tem uma empresa de coaching, treinamento e pesquisa em Birmingham e Edimburgo, no Reino Unido, e frequentemente contribui com a mídia em jornais, programas de rádio e televisão.

Ficha técnica:
Título: A Psicologia do Gênero
Autor: Gary W. Wood
Número de páginas: 128
Formato: 14 x 21 cm
Preço: R﹩ 40,00
ISBN: 978-65-5506-220-5

Sobre Emílio Faustino

Formado em jornalismo, atua na área há mais de 15 anos. Amante da sétima arte, no YouTube apresenta o canal EmpoderadXs onde entrevista atores, diretores e ativistas. Atuou em empresas como Rede Globo e UOL, sempre com enfoque em cultura e ativismo. É diretor executivo e fundador do site EmpoderadXs, onde promove a união de minorias sociais e realiza seu sonho de dar voz para quem precisa.