Um tribunal egípcio decidiu libertar dois jovens sob fiança, acusados de brandirem a bandeira do arco-íris, símbolo da comunidade LGBT. O código penal do Egito proíbe demonstrações homossexuais.
A aparição de bandeiras do movimento LGBT durante um show da famosa banda libanesa Mashrou’ Leila, no final de setembro no Cairo, resultou em pelo menos seis prisões e serviu como pretexto para uma grande onda de repressão policial contra supostos homossexuais. Após dezenas de prisões, um tribunal do Cairo condenou em novembro 16 homens a três anos de prisão.
Os dois acusados de brandirem bandeiras LGBT durante o show de Mashrou’ Leila no Egito, Sarah Hagazy e Ahmed Alaa, foram liberados durante a investigação em troca de uma multa de 1.000 libras (€ 47) cada, segundo disse o advogado dos rapazes.
Os dois jovens, que se beneficiaram de uma forte campanha nas redes sociais chamada “No Hate Egypt”, devem deixar a prisão na data de hoje ou amanhã, acrescentou. Ambos continuam sendo acusados de “pertencer a uma organização ilegal e incitamento à libertinagem”, de acordo com seu advogado.
Esta última incriminação, “incitação à libertinagem”, é o termo utilizado pelos tribunais egípcios para condenar as relações homossexuais.
O código penal não proíbe explicitamente o homossexualismo. No entanto, vários deputados egípcios propuseram em outubro um texto que prevê sentenças de prisão para pessoas do mesmo sexo que tiveram relações sexuais.
A Anistia Internacional denunciou o projeto de lei como “profundamente discriminatório” e “um golpe de misericórdia nos direitos sexuais no Egito”.